Para os adultos, a adolescência é a fase da rebeldia; e para os adolescentes, a fase adulta é a fase da tirania. Gerando um conflito de gerações; e este, por conseguinte, se traduz num serio conflito de comunicação.
Toda essa problemática, é resultado de em encontro de preconceitos que a comunicação poderia resolver, caso houvesse. E esses problemas de desentendimento de compreensão e percepção, acabam não permitindo que haja comunicação ou empatia entre as categorias.
Então, quando se força essa comunicação ou relação, muitas vezes os envolvidos se atritam e os resultados não são nada animadores. Para solucionar os problemas, o aconselhador haverá de despir-se de seus preconceitos com relação à classe aconselhada, passando a vê-la de forma normal; deve permitir-se compreender esse mundo em conflito formado por pessoas com personalidades em formação.
A grande batalha do adolescente é a incompreensão de sua vida psicológica, tanto por ele próprio, quanto pelos que o cercam, principalmente familiares e amigos de outros níveis. Também é a falta de uma comunicação empática que verse com seu desenvolvimento (físico- psicológico e espiritual);
Outra dificuldade do adolescente é a necessidade de independência, (liberdade para tomar decisões, ter seu dinheiro próprio, sua moradia ao estilo que sonha, seus horários liberados) enfim, tudo o que na sua mente pode representar que é ele que esta no controle;
O cerceamento de sua individualidade, por sermos ignorantes a essa fase achamos que, porque somos pais e/ou adultos, podemos adentrar a individualidade dos nossos filhos e, findamos por atropelar suas frágeis vidas; chegando até a selecionar os amigos que eles devem ter.
A questão da inserção grupal, que aponta para a busca de um grupo que o aceite e reforce a sua identidade. Alguém que o admire, que o ache o máximo; e também a questão da busca da sua sexualidade, como forma de contribuir com a sua identidade. O adolescente do sexo masculino, quer mostrar que já teve seu encontro e, a depender da cultura a adolescente pode exibir seu atestado de virgindade ou sua identidade de “maior idade”.
Muitas das vezes, o adolescente em resposta a não compreensão dos pais, aonde muitas das vezes são pensamentos oriundos de sua fase psicológica, acabam mantendo o comportamento de desafio a autoridade como protesto a não aceitação no seio da família; a alta sugestionabilidade para grupos de comportamentos desviantes, como respostas ao que ele chama de autoritarismo e tirania dos pais; e a não aceitação pelos grupos como sinônimos de queda na auto-estima ou de depressão; as atitudes desafiadoras, como retaliação a inabilidade dos pais de o aceitarem como um ser em desenvolvimento; e as reações explosivas, como resultado de um pedido de socorro, visando buscar o auto-desenvolvimento psicológico.
Todo esse cenário faz parte, quer em demasia ou em níveis leves, na vida dos adolescentes. Com isso temos que nos esforçar em proporcionar ao adolescente uma visão introspectiva sobre si mesmo; (conhece-te a ti mesmo) Sócrates!
Possibilitando que o adolescente se esclareça dos fatores de sua psique que fornecem estrutura à sua personalidade, (somente ele poderá falar de si mesmo), permitindo ao adolescente uma conversa sobre si mesmo e consigo mesmo. Uma conversa sobre seus sentimentos, seus pensamentos e seus grupos prediletos, sua relação com a autoridade parental e os porquês de suas reações indisciplinadas.
Devemos procurar trazer de volta o adolescente ao seio da família e equilibrar para que não haja autoritarismo demais e nem libertinagem em excesso no processo de educação.
E finalmente, o aconselhador deve proporcionar um desenvolvimento saudável da individualidade do adolescente. Para isso buscam o desempenho de um papel de facilitador e de assessor amigável, que se utiliza de princípios e de diretrizes bíblicas como parâmetros para o desenvolvimento dessa individualidade em formação.
Diorgeton Almeida
Baseado em texto de psicologia pastoral – de bacharelado em Teologia
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